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🇧🇴 Estrada da Morte

  • Foto do escritor: Jessica
    Jessica
  • 15 de ago. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de ago. de 2024


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Acho que essa foi uma das coisas mais insanas que já fiz. É real, perigoso para cac###e!

Mas, meu marido é super fã de bike e esse é um passeio muito famoso na Bolívia, então claro que nem cogitamos em não colocar no roteiro.


É necessário destinar um dia inteiro para o passeio. Pagamos 300 bolivianos com transporte, bike, roupa de proteção com luvas e capacete, guia e refeição inclusa. Além disso, pagamos mais 50 bolivianos de custo para acessar a região.


Fechamos tudo com a agência Red Line, foram bem organizados e cuidadosos. Ganhamos uma camiseta e no fim do dia almoçamos num lugar bem legal. No geral, foi um passeio nota dez.


Até quem não anda de bike consegue ir, mas sendo muito sincera, precisa de técnica porque é super fácil de se acidentar. O terreno é íngrime e tem muita areia e cascalho, além disso o ritmo não é devagar porque tem hora para cumprir na descida. Então é bom considerar tudo isso antes de embarcar nessa loucura.


Eu já sou um pouco acostumada a fazer MTB, mas sou bem fraquinha nisso, confesso. Por isso senti muito medo e fiquei me segurando na velocidade. Para mim foi uma experiência que gerou bastante ansiedade. Já meu marido, surtou! Ele amou cada segundo.


Bom, a van busca no hotel e vai pegando todo mundo do grupo. Faz uma parada numa vendinha em um bairro (estava mega frio e temperatura negativa) e podemos comprar alguns snacks, se quiser. O grupo de guias eram muito animados e elevaram o nível de animação do role. Foram tocando músicas animadas no caminho e fomos apreciando as paisagens. Muitas montanhas e cenários de pobreza, casinhas simples e bastante sujeira nas estradas.



Quando chegamos no ponto de partida, descemos das vans e fomos ouvir as instruções dos guias: cuidados necessários, roupas, explicando sobre as bikes, trechos e sinalizações, etc. Explicações em espanhol e em inglês.


Depois eles foram preparar os equipamentos e nós fomos tomar um cafézinho. Tinha pães, biscoitos, café e chá de coca. Fomos nos familiarizando com nosso grupo, conversando e apreciando a vista do lago ao lado.


Estava MUITO frio e começou a nevar! Foi super emocionante. Como é um lugar de altitude muito alta, isso é comum de acontecer. Depois disso, nos preparamos e fomos saindo.



Os guias acompanham em pequenos grupos por segurança, sempre mais de um acompanhando na frente e atrás do grupo, todos um atrás do outro nas descidas. Também tem vários fotógrafos da agênca que vão registrando tudo no caminho e passam as fotos de graça num drive depois.


A primeira parte era asfaltada e com paisagens surreais, foi uma delicia de descer. Depois foi que começou o desafio, entramos na parte de terra e pedregosa. Ali a gente já sente quem tem ou não habilidade, porque sempre tem uns que caem ou atrasam o role - graças a Deus eu não fui dessas (haha).



Depois de um trecho, voltamos para as vans para fazer um pequeno percurso de carro porque é muito perigoso passar de bike já que é região de caminhões. Aí entram em uma estrada que é a estrada da morte. Lá em cima pagam a taxa de acesso e vão liberando os grupos de novo.



Vamos descendo aos poucos, curtindo as paisagens mas sem fazer muitas paradas. Embora seja só descida, é bem difícil e demanda atenção pois são todas feitas em caminhos estreitos, com muitas curvas, areia e pedregulhos, regiões que passam cachoeiras na estrada e precipício atrás de precipício. Chama estrada da morte porque de fato morre muita gente lá, bizarro né? Mas tem louco para tudo, inclusive a gente que pagou para ir.


Fomos descendo com a ajuda do guia, paramos em uns penhascos para fotografia, em cachoeiras e fomos apreciando. Depois de um tempo fui ganhando mais confiança e perdendo um pouco o medo. O Ricardo (meu marido) parecia um passarinho feliz, não parava de sorrir. Já comigo era outra história.


Horas de descida depois, chegamos numa parada que tem uma vendinha e opção de fazer tirolesa. É pago a parte e quem quiser fazer vai e deixam a bike no outro ponto depois para a pessoa se encontrar de novo com o grupo. Nós optamos por não fazer, minhas pernas estavam bambas já e estava muito cansada de manter a postura de descida na bike.


Descemos mais uns 40 minutos e passamos por uma cidadezinha, ali já tinha acabado um pouco a altura e conseguimos pegar mais velocidade. Alguns trechos são tranquilos para bater 40 km/h descendo. Depois encontramos o motorista da van nos aguardando no ponto final. Lá tinha uns ambulantes vendendo cervejinha gelada e, depois de passar todo aquele sufoco e me superar, claro que tomei uma.


Dali seguimos de van até um sítio próximo, onde era o almoço self-service à vontade (bebidas pagas à parte). Lá também tinha banheiros e chuveiros, onde pudemos tomar banho e nos trocarmos.


Confesso que senti muito medo mas no fim foi uma baita sensação de superação, senti muito orgulho de mim mesma. Gostei muito da experiência também, foi uma loucura legal. Não sei se faria de novo e não recomendo para qualquer um, mas se você é desses que encara, vai fundo! É uma experiência única.


Descansamos e, depois de alimentados, seguimos de van para Cusco. Chegamos bem tarde, mas nos deixaram na rodoviária conforme combinamos previamente e de lá seguimos no ônibus noturno para Uyuni.

 
 
 

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