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🇧🇴 Salar de Uyuni

  • Foto do escritor: Jessica
    Jessica
  • 16 de ago. de 2024
  • 6 min de leitura

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Sem dúvidas, foi uma das experiências de viagem mais incríveis que já fiz.


Fui com altas expectativas, mas voltei ainda mais encantada. Foi um lugar que me conectou demais, me despertou a imaginação e o lado mais artístico, o orgulho de ser latina, causou coisas boas, sabe? Por isso, vai ser um post que vou escrever com tanto carinho. Espero passar minha experiência aqui todo o sentimento que vivi, sei que vai ser difícil relatar na íntegra, mas acredite... o salar é apaixonante.


Antes de embarcar nessa viagem, saiba que a Bolívia é um país muito simples, pouca estrutura, locais ainda bem selvagens e inabitados. É um tipo de passeio para quem não liga para mordomia, não tem frescura nem se importa de comer o que tem, dormir onde dá, que aguenta tranquilo passar horas dentro do carro curtindo paisagem.


Se você é desses apaixonados pela natureza, mergulhe fundo.


Fechei a travessia antes de ir, por whatsapp. Pagamos 750 bolivianos por pessoa - incluso tudo (alimentação, guia, hospedagens e transporte), fora custos de banheiro, banho, e bebidas, além da entrada em algumas regiões pagas (150 bolivianos para o parque nacional + 30 bs na ilha dos cactos + 6 bs para banho nas águas termais).


Contato: Agencia Casona de Sal - Uyuni +591 (7) 241-3728


Chegamos às 5 horas da manhã e a expedição iniciava só às 10h. Combinamos previamente e um motorista da agência iria nos buscar na rodoviária. A cidade é um ovo e já fica todo mundo ali esperando os turistas chegando. A nossa surpresa foi que chegamso e o motorista não estava lá esperando, não tínhamos sinal de celular nem internet. Demos um tempo ali na frente e como demorou muito, perguntamos para as pessoas onde ficava a agência. Eis que uma pessoa gente boa aparece e diz que, se não nos importássemos, poderia nos dar uma carona até lá pois já ia levar uma outra turista para o mesmo local. Claro que aceitamos.


Entramos no carro e fomos conversando com a outra turista. Papo vai e papo vem, que mundo pequeno! Descobrimos que ela era da Costa Rica e, por coincidência, minha antiga chefe era de lá também. Mais coincidência ainda, fui falar que já conhecia a Costa Rica porque meu time era de lá, a moça perguntou quem era minha chefe e adivinhem? Elas eram super amigas! Quando foi que iríamos imaginar que lá nos cafundó do mundo compartilharíamos um carro e que a pessoa seria amiga da minha chefe que mora na Costa Rica? Já aí a viagem começou mágica.


Ficamos super amigos também. Chegando no local, disponibilizaram um quarto para nós três dividirmos até dar o horário. Aproveitamos para tomar banho e fazer uma ligação de video para a minha chefe contando do nosso encontro inesperado. Lá tinha wifi e aproveitamos para nos organizarmos para a expedição. Quando deu 9 horas, nos chamaram para tomar café - simples e super gostoso.


Um pouco depois, descobrimos que iríamos todos no mesmo grupo, mais uma coincidência. O carro 4x4 chegou, o motorista começou a colocar as mochilas no teto e fomos nos acomodar. Dentro do carro tinha outras 3 pessoas que eram integrantes do nosso grupo, além do motorista/guia. Já fizemos amizades e eram todos super gente boa, uma era espanhola viajando sozinha e os outros dois eram franceses.


Eis que tivemos outra grande boa surpresa, quando os franceses perguntaram de onde éramos e falamos Brasil, começaram a rir e a falar em português. Aliás, num português super bom. E começaram a falar que amavam o Brasil, que estavam viajando a América Latina fazia alguns meses e que tinham passado 3 meses no Brasil recentemente, onde aprenderam o idioma e se apaixonaram pela nossa cultura. Foi uma super sintonia no grupo. Todo mundo se deu super bem, o guia começou a expedição e seguimos fortalecendo os laços e compartilhando. Um pouco depois o guia passou numa vendinha antes de adentramos no nada e perder todo contato com o mundo, digamos assim. Ali a moça da Costa Rica pagou cervejinha gelada para todo mundo, brindamos e começamos a festa.



A gente não sabia, mas aqui vai uma dica, aproveite nessa situação para comprar snacks. Toda comida da expedição vai no carro, sem refrigeração. Ou seja, no último dia estamos ainda comendo comida de 3 dias atrás. E tudo é escasso, então tem café da manhã, almoço e janta, só. No caminho não tem mais vendinha e nem dá para comprar nada, porque é no meio do além e não tem estrutura, então leve seus salgadinhos, lanche ou qualquer outra coisa importante, vai fazer falta. MAS a gente não sabia disso e passamos um pouco de perreco. Tudo o que a gente tinha era um pouco de pão que trouxemos de La Paz, chocolate e depois os franceses compartilharam também um pouco de folha de coca e farinha que eles tinham na bolsa (pois é, FARINHA haha).


Foram 3 dias incríveis. Existe a opção de fazer ida e volta também. No carro, fomos os únicos que fizeram travessia com destino final no Chile, o restante foi bate e volta. Por isso, no último dia eles passaram o dia todo no carro retornando, enquanto a gente se separou deles e fizemos a travessia da fronteira sentido San Pedro.


No primeiro dia, eles nos levaram ao Pueblo Colchani e ojos de sal, conhecemos o Cemitério de Trens (que são alguns trens abandonados no meio do deserto). É pequeno, mas rende umas fotos legais e é bem interessante.



Depois já adentramos no Salar de Uyuni, a maior surpresa foi encontrar o salar alagado. Isso não ocorre o ano inteiro, então depende um pouco de sorte. Ele alagado é incrível, fica espelhado e traz uma sensação surreal.



Por estar alagado, é inevitavel pisar na água e é super salgado, então depois estraga o sapato. Por isso, recomendo levar um sapato velho e de preferência que seque rápido.


Seguimos para a Ilha Incahuasi (cactos), com custo a parte para entrar de 30 bolivianos. Depois vimos as Silolio dykuma (pedronas), almoçamos no Hotel do sal (onde tem aquelas fotos famosas das bandeiras) e fomos andando de carro pelo salar por horas. Depois vimos um por do sol incrível e ficamos em um hotel de sal, até a cama é de sal.



Nos outros dias, seguimos por caminhos inimagináveis, deserto e mais deserto, com horizonte sem fim. As paisagens são surreais e lindíssimas. Vamos fazendo algumas paradas e o guia vai explicando sobre a fauna e flora, formação geográfica e várias outras curiosidades.


É literalmente no meio do nada, não pega sinal de celular, não tem energia elétrica e quase não tem gente no caminho. Vimos lhamas e alpacas, outros animais, muitas aves e mesmo sendo deserto, sentimos mudanças bruscas de temperatura, chegando a passar bastante frio.


Cada dia fica em uma pousadinha, construída com sal. Tudo extremamente simples. Para tomar banho, tinha que pagar a parte. Mas apenas uma pousada tinha essa opção, na outra não tinha chuveiro (nem opção fria), então leve lencinho umedecido. Quando é lugar sem energia, também não tem onde carregar equipamentos eletrônicos, então leve power bank carregado para conseguir registrar as fotos.


Dentre destinos visitados, fomos a Reserva Eduardo Avaroa, vimos inúmeros vulcões (tem vulcão demais lá (entre eles o Vulcão Ollangue e o Licancabur), diversas lagunas (Hedionda, Cañapa, Charcota, Verde, Colorada, entre tantas outras) com muitos flamingos.



Também subimos em um geyser ativo "Sol de Mañana" (que inclusive achei bem perigoso a estrutura, chão bem mole e sem sinalizações) e nadamos nas fontes termais de Polques. Um dos locais que pousamos era nas fontes termais, então pudemos entrar nos banhos termais de madrugada e apreciar as estrelas. Por não ter luz, é muito fácil de visualizar a galáxia e curtir as estrelas. Uma sensação única. No dia seguinte, também levantamos antes do nascer do sol e fomos para os banhos termais, entramos na água e ficamos assistindo o sol nascer.


Experiências únicas na vida.



Outro item importante de colocar na mala é a lanterna, super útil. Também é bom baixar playlists offline para colocar no carro, pois são muitas horas de estrada. Se conseguir, também recomendo colocar um vinho na mala, para tomar no jantar e curtir depois de um dia incrível.


Por fim, quando chega no último dia, o guia nos deixou na fronteira (lugar com altitude alta e geladíssimo, passamos muito frio) e nos despedimos do grupo que voltaria sentido Uyuni. Lá fazemos a migração, revistam as mochilas e saímos da Bolívia, entrando no Chile. Isso leva horas, bem enrolado. Depois que passa por esse processo, uma outra van nos aguarda, embarcamos e nos deixam em San Pedro do Atacama.


Excelente custo benefício e paisagens únicas! Super orgulho de ser nosso.


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